Fn
Todos
nós iremos um dia,
se
já não fomos.
O
que sobra, o que resta, o que vai ficar?
Filhos,
netos, bisnetos, a sua prole?
A
lembrança de quem amou?
Ou
os desenhos que fez, as músicas que compôs?
Pés
no chão?
Os
prédios que projetou, os tijolos que assentou,
o
dinheiro bem guardado, até que a morte vos separem.
Pensou
nisso?
Um
sorriso tem prazo de validade, qualquer sorriso.
Mas
ninguém gosta de lembrar.
Escrevo
por escrever,
sem
segundas intenções.
Mais
para ter certeza que de todos nós algo sobrará,
como
as patas de um dinossauro de museu.
Assim
mesmo, talvez.
Uma
promessa, um rosto perdido.
Sem
dialogar, cada um tem seu jeito de ser,
não
parece mas é,
um
jeito todo seu de sentir e de sonhar,
mesmo
quando alguns encostam outros na parede.
Pingos
da noite.
na
rua da praia,
o
vento fino empurra os ruídos de volta ao mar.
A
pedra que está na rocha não sabe quanto vale.
De
vez em quando bate uma saudade de tudo,
de
ir além quando já está.
Já
teve isso?
Ir
além sem se matar?
Escrevo
por escrever.
Para
entender um porquê
que
já não há.