Aconteceu
no trânsito de uma cidade média. Um homem de seus trinta e tantos
anos dirigia um Corsa preto tranquilamente. Não percebeu que a
motorista do Gol branco, bem à sua frente, metera o pé no freio com
vontade, obedecendo ao sinal que acabara de amarelar. Resultado, o
sujeito não teve tempo de frear e bateu na traseira do Gol. O
prejuízo não foi lá essas coisas, mas a mulher, de seus vinte e
poucos anos, desceu do carro disposta a transformar a rua num ringue
de box tailandês, luta-livre, mma ou qualquer coisa semelhante.
Ofendeu a mãe do cara, fez pouco da sua masculinidade, denegriu,
xingou, chamou pra briga, usou palavrões homofóbicos, só não foi
racista porque o cara, felizmente para ele, era branco como ela. Fez tudo isso
apesar de o motorista do Corsa ter pedido mil desculpas, jurando que
pagaria ali mesmo o prejuízo.
Foi
nessa hora que um passante de idade avançada resolveu conversar com a
mulher. Pediu com educação que ela parasse com seus berros, que se
acalmasse, até porque o caso não era para tudo aquilo.
Aparentemente
a mulher concordou, apesar de seus olhares nada confiáveis. Abriu a
porta do Gol branco, entrou, mexeu no console, no porta-luvas e saiu com uma
pistolinha esmaltada, talvez uma 22, coisa mais linda, bem feminina.
Depois
de descarregar todo seu ódio na cara e no tórax do apaziguador,
voltou para o carro e fugiu, avançando o sinal vermelho profundo.
Que
conclusão devemos tirar da tragédia?
Melhor
resposta, escolhida por 79% dos votos:
"A
gente vai ajudar os outros e só se fode. Bem feito. Quem mandou o
velho se meter onde não foi chamado?"